Minha intenção, desde o primeiro momento, foi te ter somente para mim. Desde aquela primeira conversa sem sentido, eu disse a mim mesma que te faria me pertencer. Soa um pouco doentia e talvez até louca, mas a verdade é que eu sempre quis me apaixonar por ti. Não vou mentir e dizer que tal coisa não estava em meu plano, pois me recordo de pegar o telefone, ligar pro meu melhor amigo e dizer “eu vou namorar com ele”. Meu amigo riu por alguns momentos, mas depois ele apenas concordou e me mandou correr atrás. Embora nós mal nos conhecêssemos, eu queria dizer que te amava três dias após a nossa primeira conversa. Mas não disse, não queria lhe assustar. Digo, o que pensaria de mim? Uma louca, extremamente carente e gritando por atenção? Mas sou exatamente isto. Porém não entrego o meu coração para o primeiro que me oferece colo. Eu simplesmente senti que era você, que tinha que ser você, e não seria mais ninguém. E como prometido, te tive só para mim. Me lembro daquele começo apaixonado e incrivelmente prazeroso. Não brigávamos, não o tempo todo. Mas era bom, não acha? Aquele friozinho na barriga, aquela vontade de estar perto, mesmo não podendo estar. Se lembra de quando eu era importante pra você? De quando você sentia minha falta o dia inteiro? Se lembra quando sentia ciúmes de mim? Ou de quando se preocupava comigo? Ou até mesmo quando era carinhoso comigo? Se lembra de quando você me amava? Bons tempos, tempos em que eu sorria, e que te fazia sorrir também. Sei que metade da culpa disso, também é minha. Eu deveria ter mostrado o quanto preciso de ti, o quanto você é importante, e o quanto eu te amo, e sempre vou amar. Mas não, eu fiquei quieta, observando você se afastar e correr pros braços de alguém que te fazia melhor. E eu sei o quanto sou egoísta, não estamos mais juntos, mas ainda quero que me pertença. Eu prometi que dessa vez iria ser diferente, e veja só o que eu fiz, consegui te perder. Tratando-lhe mal, fazendo pouco da tua conversa e esquecendo de lhe cuidar. Eu sei, eu sei, te perdi porque quis. Mas eu tenho essa mania de perder aqueles que amo, por esquecer que eles precisam de carinho, tanto quanto eu. É que se tornou difícil lhe dar carinho, sabendo que todas as suas amigas faziam o mesmo. Em um momento eu percebi que a intrusa era eu, que eu não poderia fazer parte da tua vida, não sendo exclusiva do modo como eu queria. Não é uma desculpa, como você gosta de dizer que é, é a verdade. Eu queria cuidar de você, mas com tantas amigas, eu parecia apenas mais uma que insistia em querer o teu amor… E da nossa última conversa, eu só me lembro de você dizendo que cansou de me amar, que eu destruí todo o amor que você sentia por mim. Então você deixou de me amar? É isso, não é? Se eu pudesse olhar nos seus olhos, eu saberia a verdade. É só que você já me deu todas as chances, e eu estraguei todas elas. Eu confesso que errei, muito mais do que você até, mas o meu amor, todo o meu amor, sempre foi sincero, desde um “eu te amo” até um “eu te odeio”. Porque você, meu amor, roubou o meu coração desde o primeiro momento, desde a primeira implicância. E se ainda existe alguma fagulha de amor aí dentro de você, me dê mais uma chance, eu não prometo que dessa vez dará certo, mas prometo que dessa vez eu tentarei fazer com que dê certo.”
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